“Tutto passa”, dizia a tatuagem despretensiosa no peito de um senhor italiano, nitidamente sem filtro, daqueles que já viveram muito.
Vi a foto por acaso, mas ela me atravessou.
O filtro, porque vivemos a vida escondendo nossas verdadeiras emoções.
Quantas vezes estivemos onde não queríamos, falamos com quem não gostaríamos, sorrimos quando o coração estava chorando...
Ficou em mim como uma oração sussurrada, como um lembrete calmo da vida.
E agora, aos 51, eu entendo.
imagem compartilhada pelo Pinterest: Jessi Newman
Tudo passa.
As dores que pareciam eternas, passam.
As alegrias que pareciam inesgotáveis, também passam.
E o tempo — ah, o tempo — ele é gentil e implacável ao mesmo tempo.
Ele leva, mas também ensina.
A gente passa a vida tentando controlar o que não pode ser contido.
Queremos segurar o instante, parar o relógio, congelar a beleza, evitar a perda.
Mas viver é, antes de tudo, soltar.
Soltar o medo.
Soltar a rigidez.
Soltar o roteiro.
Depois dos 50, tudo fica mais claro: não dá pra viver travada.
Não dá pra exigir perfeição do corpo, da casa, da vida.
A gente precisa aprender a dançar com a impermanência.
A ser leve.
A ser viva.
E nesse estilo de vida Unstoppable, o que fica mesmo é o que flui.
A liberdade de ser quem se é.
A coragem de mudar o que for preciso.
E a sabedoria de aceitar o que não se pode controlar.
Então respira.
Olha pro céu.
Deixa o café esfriar um pouquinho.
Ama sem tanta pressa.
Faz as pazes com o espelho.
Porque, sim…
Tutto passa.
E isso — longe de ser um lamento — é um convite pra viver mais bonito.
Tutto passa, Danielle Parada Oficial.