Amém Sem Frescura
Sou batizada.
De rezar com as mãos juntas,
e também de perguntar com o coração aberto.
Cresci ouvindo “amém”
com respeito, mas também com certa curiosidade.
Sempre tive fé —
mas nunca consegui aceitar que só houvesse uma forma de vivê-la.
Tenho devoção, mas não me cabem os muros.
Gosto de igreja, do cheiro de vela
e também de quintal com cheiro de terra molhada,
onde aquela avó benzia com raminho e silêncio.
Sou feita de fé e de perguntas.
De crenças herdadas,
e outras que nasceram do meu próprio olhar sobre o mundo.
Nesta página, a gente vai falar de tudo:
do terço e do tambor,
do orixá e do anjo da guarda,
do Evangelho e do incenso.
Aqui, não existe o “certo” único.
Existe o que te toca.
Existe o que te consola.
Existe o que te acorda por dentro.
“Amém Sem Frescura” é um espaço sagrado —
mas sem pose, sem dedo em riste,
sem medo de misturar perguntas com oração.
Vamos falar de Deus,
de fé, de ritual, de símbolo, de silêncio.
Vamos respeitar o que é sagrado pra cada um
e talvez até descobrir que o divino tem mais formas do que imaginávamos.
Porque, no fundo,
o céu é largo demais pra ser cercado.
E a fé, quando é viva,
não precisa de frescura — só de verdade.
Se quiser, pode tirar os sapatos. O divino também anda descalço por aqui.
– Amém Sem Frescura.
por Danielle Parada Oficial